Crise de Lucidez

Perante mares cansados e perdidos
Vivi capaz de sustentar caminhos
De embalar seres ofuscados e ambiciosos
Refugiados no mais obscuro e criado lugar
Sem, na verdade, ter algo para esperar
Com a Natureza se quiseram confundir
Correndo marés de perdição para alcançar
Por fim, um torpe e vil destino
Que é este o de a Terra amaldiçoar
Quero soltar em mim os verdadeiros campos
As searas adormecidas e as cascatas abafadas
Também a minha chama deveria ser reacendida
Com símbolo de vitória por tanta resistência esquecida
O meu ar sufocado, por ventos corre sem direcção
Como eu gostava que houvesse outro fogo de maior razão
Que abrisse outros horizontes aos perdidos
Que os fizesse deixarem de percorrer
A vida fútil do possível saber, sem nunca acharem em seus actos
A verdadeira união com a Natureza
Esses que tentam conciliar o fugaz desejo da evolução
Que a seu lento tempo só produz solidão