A Passagem

E neste engano de alma sigo, sem pressa, sem grande distúrbio, sem estimar aquilo que sou. A saudosa brisa que vem neste morto desassossego faz-me crer que o Destino não é senão uma súplica constante, pela qual nos vergamos todos, inconscientemente.
Acabamos, perdidos, por aguardar a chegada da lufada passageira, que trará não só o tempo veloz, mas também a cegueira inabalável.

Oxalá,

o meu futuro aconteça.
E vai acontecer. Este ano vou querer viver sobre todas as peripécias que me surgirão. Sobre todas as limitações e aparentes felicitações. Vou querer que esta seja, finalmente, a altura da minha vida.
Muito bom ano, meus caros.