Na Maré (de Ti)

Se viste sentido para o fim, onde achaste a razão para o começo?
Afinal, eu era somente uma perdida que achava algures (em ti) a força para alcançar a maior das fortalezas. Achei(-te) para conseguir, finalmente lutar. Mas tu já estavas encontrado. Noutro porto, noutra maré. E já não querias lutar, senão contra essa maré que te levasse a outra praia. Incerta, moribunda, incapacitada.
“Mole Hospital”, diria Verde se desse conta dos meus sussurros. Oxalá, bem-vinda seja essa cura que tanto procuras. Esse mal inevitável, que não menos te perturba, mas que de si só já te chega para a jornada.
Por hoje, o mar está apaziguado, à espera que alguém o deixe enfurecido.
Eu cá, não o deixo.
Eu cá, já não remo mais. Larguei os remos, quando me forcei a largar-me (de ti).