Quimeras?

Certo dia, o destino veio para me dizer que ia sair de mim. Que ia ficar fora de mim; aceitei eu. E eis que surge o pensamento nocturno:
Estou final e oficialmente lançada no mar do desalento. Que poderei eu fazer, se já nem na minha escrita vejo espaço para soltar os terrores aprisionados de outrora, que se reflectem, incessantemente, nas frases devassadas a longas horas de prisão mental. E eu que não posso mais… que não quero, mas que não resisto. Oxalá consiga ver em mim o melhor lado racional e assim, aplicá-lo naquilo que o meu destino dita.
Que fugir este tão fugaz, que lentamente me leva a abrir horizontes confusos e sem rumo estável.
Que quimera insustentável de me querer criar, em sentimentos, como ser superior aos outros, e por isso, ficar estancada no absurdo sossego do meu oculto.
É, por fim, a utopia a consumir-me… a tomar-me como certa; como âncora lançada no mar de perdição.
Heroicamente, conseguirei, talvez, passar por todos estes eufemismos trágicos. Viverei contente, sábia de mim mesma, e dona da minha mente.

2 comentários:

ag disse...

Não haverá herói nenhum na nossa vida, além de nós mesmos, ninguém nos salva, só nos atiram. E crêmos nós que alguém nos vem dar uma âncora para onde nos ancorarmos e só teremos a areia do fundo do mar, instável, mas mais estável que a superfície do mar, saberemos.

Sempre te disse que tive imensa dificuldade em separar a razão da emoção, uma é outra, no fundo, é a sina de se ser humano. E demora até a razão chegar só, que a emoção causa cegueira, porque nós queriamos ser cegos.

Muitos parabéns pelo texto, está sublimemente elegante, os meus sinceros parabéns, adorei.

Melhores dias virão, sem a emoção e somente com a razão egoísta.

Be a Diva disse...

olá minha princesinha :) a tanto tempo que não falamos.
uma beijoca **