Na Maré (de Ti)

Se viste sentido para o fim, onde achaste a razão para o começo?
Afinal, eu era somente uma perdida que achava algures (em ti) a força para alcançar a maior das fortalezas. Achei(-te) para conseguir, finalmente lutar. Mas tu já estavas encontrado. Noutro porto, noutra maré. E já não querias lutar, senão contra essa maré que te levasse a outra praia. Incerta, moribunda, incapacitada.
“Mole Hospital”, diria Verde se desse conta dos meus sussurros. Oxalá, bem-vinda seja essa cura que tanto procuras. Esse mal inevitável, que não menos te perturba, mas que de si só já te chega para a jornada.
Por hoje, o mar está apaziguado, à espera que alguém o deixe enfurecido.
Eu cá, não o deixo.
Eu cá, já não remo mais. Larguei os remos, quando me forcei a largar-me (de ti).

2 comentários:

Ape disse...

é tão bom sentir...mas quando os sentimentos nos dão um nó no coração, desejamos não os ter.

ag disse...

Não há nada pior do que querer caminhar com quem caminha sozinho. Seremos sempre desimportantes o suficientes para esses sozinhos, por mais que tentemos, nunca lhes conseguiremos mostrar que estavámos lá, não só por eles, mas também por nós. Pior cegueira a dos dois, quem empurra quem não quer se empurrado. Pensavamos agir bem. Talvez um dia as marés nos ensinem diferentemente.